A proposta do Executivo passou pelo crivo do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e está em tramitação na Câmara Legislativa (CLDF). Em 5 de dezembro, ela foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e seguiu para apreciação dos distritais.
Para esclarecer dúvidas em relação ao projeto, a Agência Brasília preparou perguntas e respostas sobre o tema. Vale lembrar que, por estar em debate na CLDF, o projeto pode sofrer alterações dos parlamentares em alguns pontos antes da aprovação.
A Rodoviária do Plano Piloto será privatizada?
Não. O governo está concedendo a gestão do complexo da Rodoviária do Plano Piloto, incluindo sua recuperação, modernização, conservação e exploração, pelo período de 20 anos. Todas as obras, serviços e ações da concessionária deverão passar previamente por análise e autorização dos órgãos competentes do GDF, inclusive com fiscalização da Semob.
Qual a vantagem de conceder a Rodoviária do Plano Piloto ao setor privado?
Dar mais eficiência, dinamismo e segurança às cerca de 650 mil pessoas que transitam por lá diariamente. Com a gestão da rodoviária pelo governo, as soluções para as questões sociais são mais demoradas, e as obras passam por tramitação mais lenta devido à necessidade de contratos específicos. A iniciativa privada tem mais celeridade em todos esses processos, garantindo a preservação contínua do espaço, que é o ponto mais importante dos modais do transporte público do DF.
Quais são as principais melhorias propostas pelo projeto de concessão?
Os investimentos serão imediatos. O primeiro é na estrutura da rodoviária, com a modernização do espaço, a reorganização das lojas, a reforma das baias para chegada e saída dos ônibus e a criação do terminal e das baias do BRT (Bus Rapid Transit). A Rodoviária terá um espaço adequado e seguro para a circulação dos passageiros e usuários do terminal.
Haverá algum custo a mais para população? As passagens de ônibus irão aumentar devido à concessão?
Não haverá nenhum custo ao bolso do usuário. Como o governo utiliza a tarifa técnica – que é o subsídio do valor do custo do sistema -, caso haja necessidade de revisão devido à taxa de acostagem (valor pago à futura concessionária a cada partida de ônibus) a ser paga pelas empresas de ônibus, será feita a modulação da tarifa técnica paga pelo GDF para custear. Evitando, assim, o aumento da passagem para o usuário do transporte público.
O DF vai pagar pela tarifa de acostagem dos ônibus do DF e do Entorno?
Hoje, as empresas de ônibus não pagam tarifa de acostagem ao GDF. Com a concessão, a taxa começará a ser cobrada. A responsabilidade pelo pagamento é das empresas. O governo e as empresas poderão negociar a forma de pagamento, porém o projeto de concessão não inclui a negociação. As empresas de transporte do Entorno também terão de pagar a tarifa de acostagem e o governo do DF não assumirá os custos.
Os lojistas da rodoviária perderão as permissões atuais?
Todos os permissionários terão prioridade para permanecer nos locais que já ocupam, com a mesma atividade e sem pagamento de taxas.
A concessão pode afetar também o acesso das pessoas à rodoviária?
A concessão não impedirá a liberdade e o direito de ir e vir do cidadão. Ao contrário, haverá uma reordenação do espaço para tornar o deslocamento das pessoas mais tranquilo, seguro e confortável, com maior acessibilidade para pessoas com necessidades especiais e os ciclistas.
A concessão contempla os estacionamentos ao redor da rodoviária? Por que os estacionamentos passarão a ser cobrados?
Os estacionamentos do Setor de Diversões Norte estão contemplados no projeto. São aqueles estacionamentos superiores e inferiores próximos ao Conjunto Nacional e ao Conic. Eles passarão a ser pagos. Todo o faturamento será convertido para o investimento na manutenção e modernização da rodoviária. Além da outorga, paga ao governo, que será revertida à melhoria do transporte público coletivo do DF.
O Metrô-DF integra o projeto?
O Metrô-DF e suas estações não farão parte da concessão.
Por que a Galeria do Estados foi incluída no projeto?
A Galeria dos Estados foi incorporada no projeto para que tivesse também uma administração que pudesse cuidar das benfeitorias feitas pelo GDF nos últimos anos. O controle será apenas na área onde ficam os comércios e lojas. As praças continuarão abertas às manifestações populares e culturais.
Houve algum tipo de consulta à população sobre o projeto?
Sim. Houve um período de consulta e de audiência pública em que a Semob recebeu diversas contribuições, todas analisadas e aproveitadas para aprimoramento do projeto. Além disso, o processo foi analisado e aprovado pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal (Conplan).
Durante o período de 20 anos quem fará a fiscalização da concessão?
Dentro do processo terá uma certificadora para avaliar a empresa concessionária e prestar contas ao GDF. Além disso, o GDF, por meio da Semob, fará a fiscalização e o controle das garantias previstas na parceria público-privada.
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Adriana Izel e Ian Ferraz, da Agência Brasília