Com aumento de 31 km este ano, capital se consolida como a segunda maior rede do país e trabalha para interligar diferentes trechos e levar as faixas exclusivas a todas as RAs
Os ciclistas do Distrito Federal tiveram ótimas notícias durante o ano de 2023. A malha cicloviária do Distrito Federal alcançou os 675 km de extensão em 30 regiões administrativas. Somente em 2023, as pistas destinadas às bicicletas aumentaram em 31 km e a capital se prepara para ter o maior sistema do tipo no país com a previsão de entrega de mais 105 km e a interligação dos trechos já existentes.
Atualmente, a cidade brasileira com a maior quantidade de ciclovias é São Paulo, com 722,1 km de malha cicloviária. No Distrito Federal, o investimento em ciclomobilidade, desde 2019, já ultrapassou a casa dos R$ 27 milhões, valores referentes a todas as ciclovias construídas por diversos órgãos do GDF, entre eles o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), a Novacap e a Secretaria de Obras e Infraestrutura.
O secretário de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal, Flávio Murilo Prates, defende o apoio às alternativas sustentáveis de mobilidade. “É essencial que haja um esforço conjunto para incentivar o uso de bicicletas como meio de transporte. O GDF está agindo e ainda temos que fazer mais. Isso inclui a expansão, a manutenção e a interligação de ciclovias, além da promoção de uma cultura ciclística mais segura”, destaca.
Novas pistas somam 31 km
No ano de 2023, a malha cicloviária do DF cresceu 31 km, com obras em quase todas as regiões do Distrito Federal, em especial na região da Estrada Parque do Contorno (DF-001), nas proximidades do Jardim Botânico, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Gama e na DF-440, nas imediações de Sobradinho.
Na rodovia que passa por Sobradinho, os moradores da região receberam uma pista para bicicletas com quase 6 km. A via que liga o Núcleo Bandeirante à Candangolândia também oferece segurança para os ciclistas com mais de 3 km de ciclofaixa. Já nas proximidades do Assentamento 26 de Setembro, um espaço exclusivo para bikes de 4 km já foi entregue para a população.
“A mobilidade ativa vem sendo uma preocupação do governo. A bicicleta está deixando de ser vista como algo esporádico, vinculada apenas ao esporte, para ser vista como modal de transporte urbano. O ciclismo vem crescendo exponencialmente ao redor do mundo e o GDF está antenado em relação a isso”, afirma o diretor de Mobilidade, Joelmir Laésio Pessoa, da Secretaria de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal (Semob).
“O mais importante hoje é fazer com que essas ciclovias se conectem. Estamos fazendo estudos, analisando e ponderando com a sociedade civil para tornar a malha cicloviária ainda mais conectada e assertiva”, completa.
Neste ano, as pistas destinadas às bicicletas aumentaram em 31 km | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília
Além disso, houve construção de pistas para ciclistas em Taguatinga (Boulevard), no Sudoeste (Viaduto do Sudoeste), em Vicente Pires (DF-251, região de 26 de Setembro) e em Sobradinho (Condomínio RK).
Outros 3 km de ciclovias construídos neste ano foram entregues e estão localizados na recém-inaugurada VC- 361, que liga o Gama a Santa Maria, passando em frente ao campus da Universidade de Brasília (UnB-Gama).
Obras em andamento
“É essencial que haja um esforço conjunto para incentivar o uso de bicicletas como meio de transporte”
Flávio Murilo Prates, secretário de Transporte e Mobilidade
Está em andamento a instalação de nova ciclovia ligando a Estrada Setor Policial Militar (ESPM) à Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia). O trecho terá 1,6 km de extensão, garantindo mais segurança e conforto aos usuários de bike.
Outra obra é a construção de 5,2 km de ciclovia no Pistão Sul, em Taguatinga. Com 3 metros de largura, a faixa vai cortar o canteiro central da Estrada Parque Contorno (DF-001), ligando o viaduto da Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB) à Estrada Parque Taguatinga (EPTG). O uso da pista será compartilhado por ciclistas e pedestres, que poderão aproveitar a sombra das árvores para fazer o trajeto com mais conforto.
Também em destaque está a construção de ciclovia em Planaltina, no trecho da DF-131, que conecta a DF-128 à DF-205. São 6,3 km de uma rodovia que, além de receber o asfalto, vai ganhar pista exclusiva para bicicletas e pedestres.
Mais avanços
“Há 19 novos trechos que serão construídos em várias regiões administrativas, entre elas Samambaia Norte, ligação entre Samambaia e Taguatinga, na região do autódromo, entre outras”
Silas Lemos Teixeira, diretor de Infraestrutura de Ciclomobilidade
A Semob está com projeto em andamento que prevê a construção de 105 km de ciclovias. “Há 19 novos trechos que serão construídos em várias regiões administrativas, entre elas Samambaia Norte, ligação entre Samambaia e Taguatinga, na região do autódromo, entre outras”, destaca Silas Lemos Teixeira, diretor de Infraestrutura de Ciclomobilidade da Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob-DF).
Os números mostram que o investimento e o incentivo do uso da bicicleta pelo governo vêm ao encontro da demanda crescente pelo modal em todas as regiões administrativas. Atualmente, o Plano Piloto é a região com o maior número de pistas para bicicletas: 138,08 km. Em segundo lugar está o Lago Sul, com 58,2 km. Em seguida, aparecem Park Way (50,7 km), Gama (35,9 km), Lago Norte (33,9 km), Ceilândia (33,6 km) e Santa Maria (33,1 km).
Segurança
O consultor técnico Jailton Gouveia elogia a ampliação dos espaços para bike: “Ciclismo é saúde, é qualidade de vida” |
A bicicleta faz parte da rotina de Antônio Raimundo Lima, 50 anos. Em cima de duas rodas, o pedreiro se desloca até o trabalho, faz compras e relaxa. “Pedalando, fujo do trânsito e ainda melhoro minha saúde; gosto muito”, conta o morador de Taguatinga.
“Quando eu trabalhava no Lago Sul, pegava o metrô com minha bike até o Plano Piloto e, de lá, seguia com ela para o trabalho”.
Ciclovias do DF aumentam em quase 30 quilômetros
Como ciclista experiente que é, Antônio já passou por muitos sustos transitando em pistas que não contavam com uma faixa exclusiva para bicicletas. A apreensão de ter que disputar espaço com automóveis, no entanto, é cada dia mais rara. “O número de ciclovias tem crescido bastante. Isso é muito bom para o ciclista, evita acidentes e deixa a experiência de pedalar mais agradável”, comenta.
Morador de Ceilândia, o consultor técnico Jailton Gouveia, 50, também comemora a expansão da malha cicloviária do DF: “Ciclismo é saúde, é qualidade de vida. Todos os dias, pedalo cerca de 35 km. Quem pratica o esporte vê que o GDF tem construído muitas ciclovias. E isso é muito bom, traz segurança para todo mundo”.
…
POR Carolina Caraballo, da Agência Brasília