Governo discute enfrentamento de estiagem e incêndios na Amazônia e Pantanal
…Comissão interministerial instala sala de situação coordenada pela Casa Civil e conta com 19 ministérios para gestão de risco e enfrentamento de desastres climáticos…Brigadistas no combate a incêndios no Pantanal…
O Governo Federal instituiu, nesta sexta-feira (14), uma sala de situação para acompanhar a estiagem e controlar os riscos de incêndios no Pantanal e na Amazônia. A medida foi anunciada pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, após reunião extraordinária com ministros e o presidente em exercício, Geraldo Alckmin.
A intenção é concentrar esforços na gestão do risco, e não apenas no desastre depois que ele já está estabelecido. De acordo com Marina Silva, a sala de situação é coordenada pela Casa Civil e conta com 19 ministérios para ações de controle e prevenção do desmatamento e enfrentamento de incêndios e queimadas nos vários biomas, com foco atual no Pantanal e na Amazônia, uma vez que o período de estiagem já está ocorrendo.
“A gente começa o ano enfrentando as cheias e a segunda parte do ano já é enfrentando as secas e as queimadas. Isso é o resultado do grave problema da mudança do clima que já está nos afetando de forma severa”, destacou a ministra.
A ministra do Meio Ambiente explicou que a medida não vai tratar apenas dos incêndios, mas vai envolver ainda, no futuro, o Ministério da Saúde, já que os incêndios trazem problemas de saúde, principalmente para crianças e idosos.
Na segunda-feira (17/6) a comissão interministerial vai discutir a contratação de equipes de brigadistas, equipamentos e aeronaves, bem como a necessidade de recursos extraordinários.
Segundo Marina, os problemas climáticos ocorrem sobretudo pela combinação dos fenômenos El Niño e La Niña. “Nós estamos vivendo uma situação de agravamento dos problemas de natureza climática em função de uma combinação de El Niño e La Niña, o problema da mudança climática e o fato de o Pantanal estar em situação crítica de natureza hídrica. Nós estamos vivendo já uma estiagem severa e com escassez hídrica em toda a bacia do Paraguai”, explicou.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informa que a maior queimada já registrada no Pantanal ocorreu em 2020, considerado o pior ano para o bioma, que teve pouco mais de 22 mil focos de incêndio, número maior que a soma dos três anos anteriores e superior ao que já foi contabilizado desde o início do monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1998.
Para o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, a atual situação do Pantanal é inédita. “Pela primeira vez a gente está com o Pantanal seco no primeiro semestre. A gente está com pelo menos 15 focos de incêndios agora com épocas que a gente nunca teve fogo no Pantanal, essa que é a grande questão. A crise está começando agora, o Ibama já contratou mais de 2 mil brigadistas para atuar em todo o Brasil, com foco no Pantanal e na Amazônia”, destacou.
Apesar da emergência climática antecipada, o governo já vinha concentrando esforços na prevenção desde outubro do ano passado. “Nós, geralmente, temos a escalada dos incêndios em agosto, neste momento nós já estamos numa situação de muita preocupação, mas compreendemos que, pelos esforços que vínhamos fazendo desde outubro do ano passado, nós estamos agindo dentro de um cronograma para que tenhamos uma ação preventiva”, reforçou Marina Silva. “O custo de prevenir é sempre menor do que aquele de remediar.”
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