Os 40 nos de carreiro deste Trio chegando aos palcos de Manaus, e o Roraimeira leva suas duas gerações ao Teatro Amazonas…Neuber Uchôa, Eliakin Rufino e Zeca Preto apresentam filhos e convidados em show histórico
Sim, o palco maior da cultura amazonense, e do mundo, o Teatro Amazonas será o cenário do show Trio Roraimeira 40 anos, neste domingo (15), a partir das 19h.
Os cantores Neuber Uchôa, Eliakin Rufino e Zeca Preto recebem os filhos Tauã Uchôa, Odara Rufino e Miro Garcia, além de convidados especiais como Euterpe, Halisson Crystian, Leka Denz, Nathana Lindey e Kell Silva. A entrada é gratuita e tem classificação livre.
O encontro de gerações marca uma nova fase no movimento Roraimeira, que iniciou em 1984, no maior patrimônio histórico do Amazonas.
“Passar o bastão para os filhos já foi um sonho e virou música. Profetizamos com a canção Makuninar, minha e do Zeca Preto, que fala exatamente disso: ‘Nossa energia, nossa luz, nosso luar, nossa bossa moda roraimeira pra cantar. Ter a liberdade para escolher e pra sonhar. Nossos filhos vão continuar, é só makunaimar”, declara Neuber Uchôa. “É emocionante voltar onde tudo começou, acompanhados deles, Makunaimando”.
Tauã Uchôa, filho mais novo de Neuber Uchôa e hoje com 31 anos, conta que cresceu na coxia, acompanhando os shows
“Minha formação artística está muito ligada a isso, a minha principal referência é o trabalho do meu pai, dos seus amigos. Para mim, são as minhas principais referências musicais e artísticas”, comenta o músico. “Fazer parte desse projeto, desse show de comemoração e trabalhar com esses grandes artistas de Roraima, é uma grande realização, um grande orgulho e prazer enorme”.
Odara Rufino, filha de Eliakin Rufino, afirma que o trio representa uma identidade e reforça as raízes de quem nasceu em Roraima.
“Graças ao Roraimeira, todo roraimense pode sentir orgulho de ser de onde é, de viver onde vive. É um movimento artístico que há 40 anos vem enaltecendo a beleza do lavrado, a beleza dos povos originários, a beleza gastronômica, a beleza de ser de Roraima”, destaca a poetisa. “Eu sou cria desse movimento, tenho aprendido e sigo aprendendo.sobre essas preciosidades das quais mais inspiram a minha arte”.
Repertório
O setlist da noite especial traz composições como “Paracuxinauara”, “Mukama”, “Tomara” e “Choque de Puraqué”, de Zeca Preto; “Pimenta com Sal”, “Cidade do Campo” e os poemas “Cavalo Selvagem” e “Costume Nosso”, de Eliakin Rufino; e “Cruviana”, “Areia”, “Casinha de Abelhas” e “Nossa Bossa”, de Neuber Uchôa.
A banda é formada por Amaury Gomes (percussão), Alfredo Rolins (bateria), Vitor Piani (guitarra) e Sérgio Barros (baixo).
O show vai compor o documentário “Roraimeira”, com registro audiovisual em Manaus feito pela La Xunga Produções. A equipe técnica em na capital amazonense tem Líber na direção de palco, Renato França na assistência de produção, Haroldo Cruz na coordenação técnica, Ryan Cristofer no som, José Elpídio na iluminação, Winícius Sousa na projeção e Manuella Barros na assessoria de imprensa.
O circuito comemorativo iniciou na primeira semana de setembro, com shows no Centro Amazônico de Fronteiras (CAF), na Universidade Federal de Roraima; e no Mormaço Cultural, no Teatro Municipal de Boa Vista.
O projeto tem apoio cultural do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, Prefeitura Municipal de Boa Vista, via Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura de Boa Vista, e Fecomércio Roraima.
Movimento Roraimeira
Neuber Uchôa, Eliakin Rufino e Zeca Preto se uniram nos anos 80, em um movimento homônimo com uma série de espetáculos de música, dança, poesia, artes plásticas e fotografias com temática regional.
As riquezas naturais, costumes, sotaques, miscigenação e valorização das raízes dos povos originários foram as principais fontes de inspiração dos três artistas.
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Com Manuella Barros