Foto: Ricardo Bufolin/CBG

 

Sabe quando a gente tem um sonho e trabalha incansavelmente para alcançar essa meta na vida?! Então, estou trabalhando há 13 anos à frente da Seleção em busca desse objetivo. Quero conquistar como treinadora resultados que a GR nunca alcançou. Todos os objetivos foram atingidos, só me falta o resultado inédito dos Jogos Olímpicos. Fui finalista como ginasta em Sydney 2000, repetimos o feito em 2004 finalizando também em 8º lugar, quando eu era assistente técnica. Na minha 1ª olimpíada como treinadora, no Rio de Janeiro, finalizamos em 9º, quase entramos na final. Em Tóquio, nosso time era o mais jovem da competição, mas infelizmente tivemos um erro grave em uma das séries. Agora, na minha 3ª olimpíada como treinadora, com o conjunto mais experiente e forte, espero realizar esse sonho”, disse Camila

 

Para conseguir o feito, ela aumentou a dificuldade das séries com ajuda do árbitro internacional Leonardo Palitot e levou em conta uma análise feita na etapa de Milão da Copa do Mundo dos principais rivais brasileiros.

Conseguimos fazer uma análise dos nossos principais adversários na Copa do Mundo de Milão e, para nos manter na briga pelo pódio, teríamos que aumentar 1 ponto na dificuldade. Voltamos para casa, fizemos essas mudanças, testamos e, juntamente com as meninas, tomamos essa decisão. Claro, tudo foi possível porque elas eram capazes de executar todas as mudanças. Na Romênia, ficamos felizes porque elas deram conta e conquistamos outro resultado inédito”.

Camila (à direita) e Bruna conversando com as atletas no treino de pódio (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

O resultado na Romênia, última etapa da Copa do Mundo antes dos Jogos, foi espetacular, uma medalha de prata com a maior nota da série mista no ciclo, 34.100. Com um resultado desse, a treinadora diz que o conjunto acredita ainda mais na possibilidade da medalha.

Nos fez acreditar ainda mais que é possível brigar pela medalha, mas o foco está mesmo em acertar nossas séries, porque o resto é consequência. Trabalhamos duro, demos o nosso melhor todos os dias durante o processo. Agora é controlar as emoções e lutar até o fim”.

Capitã, Duda Arakaki fala em foco total em acertar as séries

 

Duda durante o treino de pódio (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)


 

Duda Arakaki é a capitã deste grupo durante todo o ciclo e liderou as meninas nas históricas campanhas nas Copas do Mundo e do Mundial de 2023. Ela mostra estar confiante no que o conjunto pode fazer e que elas estão prontas.

“Estamos nos sentindo prontas, preparadas, a gente treinou muito durante todo esse ano, durante o ciclo inteiro, então agora o que a gente precisa fazer é realizar as duas séries com a mestria que a gente vem fazendo nos treinos e nas últimas competições, e eu tenho certeza que tudo vai dar certo”.

O conjunto caiu nas graças da torcida brasileira, que acredita na medalha e que exalta o trabalho das ginastas. Duda competiu em Tóquio e fala que ter a torcida no ginásio ajuda muito, além disso, as meninas sentem a energia vibrante que a torcida brasileira manda pra elas.

A gente tem sentido o Brasil inteiro com a gente, eu acho que a gente viemos numa ascensão muito grande também, então o nome da ginástica rítmica já ficou mais conhecido e poder ter toda essa torcida com certeza tem sido importante pra nós”. 

Passagem da série mista no treino de pódio (Foto:Ricardo Bufolin/CBG)

A capitã não nega que elas conversam sobre a chance da medalha vir, mas sempre ressaltam para elas mesmo que o importante é que acerte as séries, como tem sido feito nos treinamentos.

A gente conversa bastante e o nosso objetivo é cravar as nossas séries. Nós temos duas séries muito competitivas e sabemos que se realizá-las com excelência, teremos os resultados que a gente espera. Então é um dia de cada vez, uma coisa de cada vez, um passo de cada vez e é só isso que a gente conversa e pensa.”

 

“Claro que a medalha sempre passa na cabeça, mas a partir do momento que a gente chegou aqui na França, a gente combinou de só focar em realizar o nosso trabalho, porque o resultado é consequência. Então é isso que a gente conversa, o quanto queremos cravar as duas séries das classificatórias, entrar na final e cravar as duas séries na final”.

 

Na última etapa da Copa do Mundo, viralizou o conjunto da França imitando alguns passos da coreografia brasileira e as meninas do conjunto brasileiro adoraram. Duda fala que o clima na GR é muito bom e que a música e dança brasileira tem esse poder no mundo inteiro.

A gente acha muito legal, leva super na esportiva porque sabe que é a nossa música e as nossas danças fazem isso no mundo inteiro, né? Todo mundo gosta muito do brasileiro, do gingado, das músicas, então a gente adora, achamos super engraçado, compartilhamos nossas redes também e elas são maravilhosas. Acho que esse é o clima aqui na ginástica rítmica também, todo mundo se apoia e torce muito uma pela outra“, contou a ginasta.

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