Um estudo brasileiro inédito revelou dados alarmantes sobre a eficácia das fake news sobre o cérebro das pessoas. Além de mapear os elementos que acionam gatilhos mentais em mensagens de whatsapp, imagens e vídeos, o estudo identificou que, em média, 1 a cada 6 pessoas compartilharia conteúdo desinformativo mesmo o reconhecendo como fake news. Esse efeito é ampliado quando a mensagem é atribuída a figuras de autoridade, como líderes religiosos ou políticos, o que reforça o que os pesquisadores chamam de ‘viés de autoridade’. A mera identificação da autoria da mensagem faz com que o público acredite mais facilmente no conteúdo e, consequentemente, o compartilhe. A taxa média de tendência de compartilhamento de conteúdos reconhecidos como falsos no WhatsApp ficou em 8%. Quando a fake news é distribuída em forma de card, as chances sobem para 10% e disparam para 31,75% quando estão na forma de vídeo.
Para acessar o conteúdo da pesquisa, clique aqui. Realizado em setembro de 2024 por pesquisadores associados ao Programa de Doutorado em Direito da Universidade de Brasília (UnB) e ao Mestrado em Comunicação Digital do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), o estudo desmistifica o estereótipo de quem compartilha fake news.
Forma, gesto e cores A pesquisa demonstrou que os vídeos desinformativos, por sua natureza multimodal, têm uma capacidade maior de engajar a audiência, tanto no nível cognitivo quanto no afetivo. Esse formato combina imagens, sons e narrativas de forma a criar um impacto mais profundo, como foi demonstrado pelos picos de atividade nas ondas cerebrais beta e gama dos participantes durante a exposição aos vídeos.
Os elementos visuais também se destacaram como fatores cruciais na propagação de desinformação. Cards que utilizam imagens impactantes e cores vibrantes, especialmente o vermelho, chamaram a atenção dos participantes e demonstraram alta capacidade de retenção da informação. Mensagens que mostravam figuras públicas utilizando expressões enfáticas ou gestos corporais demonstraram ser mais convincentes e geraram um maior envolvimento emocional do público.
Desafios Além de relevar o impacto das fake news no cérebro, a pesquisa permite entender os gatilhos mentais que tornam o conteúdo desinformativo tão atraente e pode contribuir na construção de conteúdos legítimos.
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