“Não é divulgação desinteressada (fake news)”, diz ministro da AGU, Jorge Messias. Ele destaca o trabalho realizado com as redes sociais para combater a desinformação
Uma comparação lastimável, mas, real, é que o ministro diz ainda que possivelmente o volume de fake news é, hoje, semelhante ao encontrado durante a pandemia de Covid-19
Ao programa ‘A Voz do Brasil’, desta terça-feira (21), o Advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou que a divulgação de notícias falsas está relacionada a atores da extrema direita, de acordo com levantamento do Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais (NetLab) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
“Infelizmente existe um interesse político, eleitoral e muitas vezes até econômico na divulgação de notícias falsas. Não é uma divulgação desinteressada”, ressaltou o ministro.
Além das dificuldades impostas pela tragédia climática que atinge o Rio Grande do Sul, o Governo tem precisado lidar com a propagação de fake news, que causam prejuízo e consequências, inclusive para quem está nas áreas de risco. Os conteúdos falsos afirmam, por exemplo, que o Governo estaria negando ajuda de outros países, que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estaria impedindo a remessa de medicamentos para doação, que a Força Aérea Brasileira (FAB) não teria agilidade e que o Exército e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) estariam impedindo a chegada dos caminhões de auxílio.
Segundo Jorge Messias, o volume de fake news é semelhante ao encontrado durante a pandemia de covid-19 e os efeitos são os mesmos: causar pânico e temor na população afetada, afastando-o do socorro disponibilizado pelo Governo Federal.
“Quando as pessoas disseminam uma notícia falsa, essas fake news acabam orientando de maneira inadequada a conduta da população em ter o melhor acesso ao atendimento que ela precisa, seja na área da saúde, na área da segurança pública ou na área de segurança alimentar. Quando as notícias falsas chegam à população, aquilo deixa a população desesperançada, com um sentimento de abandono, quando na verdade o poder público está em massa ali atuando para socorrer a população do estado”, reforçou.
Trabalho conjunto
Nesta segunda-feira (20), a Advocacia-Geral da União (AGU) e as principais plataformas digitais com operação no país assinaram um protocolo de intenções para promover a integridade da informação sobre a calamidade climática no estado.
O documento foi assinado por representantes de Google/YouTube, Meta, Tik Tok, X, Kwai e LinkedIn.
O texto prevê a promoção de informação íntegra, confiável e de qualidade sobre a situação no Rio Grande do Sul, observados os termos de uso das próprias plataformas. Além disso, as empresas colaborarão, na medida de suas capacidades técnicas e institucionais, para tomar medidas com relação a conteúdos que violem a integridade das informações sobre a tragédia climática.
De acordo com o documento, as plataformas poderão disponibilizar para os usuários mecanismos que facilitem o acesso a informações oficiais e confiáveis sobre a calamidade, incluindo a prestação de serviços públicos no estado. Do mesmo modo, poderão incluir o assunto em ações próprias de fact-checking ou parcerias com este fim.
“Nós identificamos que a forma tradicional de se tratar a questão, que é o pedido individual de direito de resposta ou a retirada de conteúdo ela é necessária, mas não é suficiente. Portanto, nós mudamos a estratégia, ao invés de atuarmos somente no varejo, nós passamos a atuar no atacado. Então, nós precisamos realizar um trabalho coordenado com as plataformas sociais, elas conhecem o usuário, comportamento e conduta desse usuário, e elas têm trabalhos muito consistentes com agências de checagem. Nós precisamos fazer um trabalho conjunto, setor público e privado, para que a gente de fato vença essa batalha da desinformação”, concluiu Jorge Messias.
Confira a entrevista completa
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Agência Gov