Ao elogiar Omar, Menezes revela vazio de liderança
Ao elogiar Omar, seu principal opositor, Menezes revela vazio de liderança na direita amazonense na disputa ao governo
A direita amazonense entrou em ebulição após declarações polêmicas de Coronel Alfredo Menezes, ex-superintendente da Suframa e nome forte do bolsonarismo no estado. Em entrevista a um portal local, Menezes afirmou que o senador Omar Aziz (PSD), figura histórica da esquerda no Amazonas, é o “mais preparado” que os nomes aliados da direita como o da professora Maria do Carmo Seffair (PL) e Tadeu de Souza (Avante), ambos cotados para disputar ao governo do Amazonas em 2026.
A fala caiu como uma bomba no já fragmentado campo conservador amazonense ganhando reação de todos os meios.
Para Menezes, apesar de divergências ideológicas, Omar Aziz demonstraria maior “capacidade de articulação política e experiência administrativa” do que os nomes lançados pela direita até o momento.
“Prefiro mil vezes um adversário experiente do que um aliado despreparado. Omar sabe onde pisa”, argumentou Menezes.
O episódio evidencia a crescente divisão dentro da direita no Amazonas.
Com Jair Bolsonaro inelegível e o governador Wilson Lima mirando o Senado em 2026, há uma disputa silenciosa pelo protagonismo do campo conservador no estado.
Menezes, que já ensaiou candidaturas majoritárias, estaria buscando viabilidade eleitoral e espaço dentro de um grupo onde não há lideranças consolidadas nem unidade estratégica.
O fato de elogiar Omar Aziz — nome que representa o polo oposto no cenário político estadual — escancara uma tentativa de reposicionamento de Menezes ou, segundo críticos, uma atitude de puro revanchismo.
“Ele sabe que dificilmente terá apoio do PL ou do Novo. Está tentando causar barulho para se manter relevante”, disse um articulador político ligado ao PL.
Nos bastidores, o PL amazonense, partido mais identificado com o bolsonarismo, manteve silêncio, mas dirigentes demonstraram incômodo com as falas do coronel. O partido tenta construir uma candidatura competitiva para o Governo do Estado e enxerga declarações como essa como um desserviço à unidade da oposição.
Enquanto isso, Omar Aziz, embora discretamente, se beneficia da desorganização da direita. Líder consolidado, com forte presença no interior e habilidade de articulação em Brasília, ele pode surgir como opção de centro-esquerda em 2026.
As declarações de Menezes abriram mais uma fissura no já rachado campo conservador no Amazonas. A guerra de egos e a falta de consenso sobre nomes e estratégias colocam a direita em rota de autodestruição. Ao elogiar um adversário e desqualificar aliados, Menezes pode ter prejudicado sua pretensão política — ou, como ele parece acreditar, acendido uma faísca que o reposiciona como voz crítica e independente dentro de um campo que ainda busca identidade.
O Foco procurou Menezes e ele disse que “emitiu uma simples opinião, enquanto isso ainda é possível fazer no Brasil, e o resto não passa de Mimimi”.
“Acontece que muitos personagens de dentro da direita pensam igual a mim, mas não tem coragem de expressar sua opinião e se escondem atrás da capa de bolsonarismo, mas as máscaras vão cair”, disse.
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FONTE - FOCO NO FATO
FOCONOFATO.COM.BR