DOS ALAGAMENTOS DE CEILÂNDIA E SOL NASCENTE

Mais uma vez, Ceilândia foi duramente atingida por fortes chuvas, e mais uma vez o Governo do Distrito Federal falha em proteger a população. As imagens de casas invadidas pela lama, carros arrastados e famílias inteiras desabrigadas são consequência direta da negligência do Estado, que insiste em ignorar a crise climática e suas implicações para as periferias do DF.

Não existe “área de risco” quando o Estado tem plena ciência da ocupação e nada faz. Isso é negligência. Famílias estão vivendo há mais de 20 anos em locais sem estrutura, sem drenagem, sem planejamento urbano digno.

A crise climática é uma realidade, e sua face mais cruel atinge, como sempre, os mais empobrecidos. O projeto Drenar Ceilândia é fundamental para reverter essa situação. Trata-se de uma iniciativa com três frentes, das quais apenas uma está em andamento. Os outros dois projetos, que envolvem regiões como P. Sul, P. Norte e Sol Nascente, precisam ser prioridade.

Em novembro de 2024, encaminhamos ofício à bancada federal do DF solicitando que a destinação de emendas parlamentares priorize o financiamento de R$400 milhões necessários para a execução total do Drenar Ceilândia.

Mas é preciso reforçar: não adianta apenas seguir cobrindo a cidade de concreto. As obras precisam ser sensíveis à água, com soluções baseadas na natureza. Ladrilhar tudo só agrava o problema. A impermeabilização excessiva do solo, sem áreas de absorção, impacta diretamente no escoamento natural das chuvas e os alagamentos se tornam inevitáveis.

Infelizmente, o governo Ibaneis não se compromete com a população do Distrito Federal. Sua gestão despreza o planejamento urbano sustentável e negligencia obras de drenagem e arborização. Enquanto isso, as chuvas seguem castigando a população, não por falta de recursos, mas por falta de vontade política.

Nosso mandato seguirá cobrando, fiscalizando e pressionando para que o GDF cumpra com a responsabilidade de garantir dignidade para a população do Distrito Federal.