ABRASEL POR TRÁS DO PLANO NACIONAL DE RESTAURAÇÃO

Em coletiva de imprensa realizada na capital paulista, foram anunciadas, nesta segunda-feira (5), ações de grandes empresas dentro do escopo do Plano Nacional de Restauração para bares e restaurantes, lançado pela Abrasel no final de 2024.

O objetivo do projeto é apoiar os negócios do setor de alimentação fora do lar, que ainda sofrem as consequências da pandemia. As primeiras parcerias confirmadas incluem Ambev, Coca-Cola, Google, Rappi e Stone, que apresentaram iniciativas voltadas ao fortalecimento e desenvolvimento de bares e restaurantes em todo o Brasil.

Novas empresas devem aderir em breve e também anunciar ações em consonância com o plano, que se propõe a ser um esforço de longo prazo e de caráter colaborativo. Ele atua em três frentes: articulação de políticas públicas com os governos federal, estaduais e municipais; parcerias com agências de fomento, como Sebrae e Senac; e engajamento da iniciativa privada.

A sinergia entre essas frentes busca articular iniciativas privadas para que o resultado seja maior do que a soma das partes individuais.

Para o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci, o movimento representa um marco importante para um setor vital à economia, mas ainda fragilizado após os efeitos da pandemia. “Esse é um passo concreto para virar a chave da sobrevivência para o crescimento".

"O apoio de empresas como Ambev, Coca-Cola, Google, Rappi e Stone, além de outras que ainda virão, reforça a confiança no setor e contribui para uma transformação real e estruturante. Não se trata de ações pontuais, mas de compromissos contínuos que impactam diretamente quem está na ponta: o pequeno empreendedor”, afirma.

Solmucci destaca ainda que o plano se baseia no estudo realizado pela Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV EESP) em parceria com a Abrasel, que mostrou o tamanho da contribuição do setor para a economia brasileira.

Segundo o levantamento, bares e restaurantes movimentaram R$ 416 bilhões em 2023 — 3,6% do PIB nacional — e têm um efeito multiplicador significativo: a cada R$ 1.000 gastos, R$ 3.650 são injetados na economia.

Apesar disso, a realidade ainda é desafiadora. Pesquisa recente da Abrasel mostra que 22% dos negócios operam atualmente no prejuízo e 36% estão endividados.

“Esse cenário reforça a urgência de ações coordenadas e estruturadas. Não pedimos privilégios ou subsídios, mas justiça e reconhecimento. Um setor que emprega milhões e alimenta diariamente o país precisa de políticas e parcerias que promovam sua sustentabilidade”, afirma Solmucci.