Cooperação Internacional em busca de Desenvolvimento Sustentável
ABM fortalece inserção global de cidades pequenas e médias, com foco em boas práticas, financiamento e resiliência climática
A Associação Brasileira de Municípios (ABM) tem intensificado esforços para conectar cidades brasileiras, especialmente as de pequeno e médio porte, a redes de cooperação internacional. O objetivo é facilitar o intercâmbio de boas práticas, a captação de recursos e a implementação de projetos locais alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Para Zelmute Marten, vice-presidente de Cidades Resilientes da ABM e prefeito de São Lourenço do Sul/RS, a internacionalização é crucial para enfrentar desafios globais, como a crise climática. “A ABM incentiva a municipalização dos ODS e promove estratégias de resiliência, como as ‘cidades-esponja’ [conceito que propõe a adaptação urbana para absorver volumes crescentes de chuvas intensas],” afirma.
A entidade planeja, em parceria com o Instituto Caminhos Sustentáveis, encontros macrorregionais sobre economia circular e soluções baseadas na natureza, com apoio do multilateralismo para financiar iniciativas locais.
Já Wellington Rodrigues, vice-presidente de Consórcios da ABM e prefeito de Mar de Espanha/MG, destaca a importância da conexão global para municípios com até 20 mil habitantes — que representam 70% das cidades brasileiras.
“Precisamos estar integrados e conectados para conhecer e disseminar práticas exitosas de gestão, além de viabilizar negócios e captar recursos para nossos projetos, especialmente em educação, cultura, governança e sustentabilidade,” diz.
BRICS+ e o protagonismo da ABM no cenário global
Um dos principais avanços recentes foi a atuação da ABM na Assembleia Geral da Associação de Cidades e Municípios BRICS+ (ACM BRICS+), realizada em maio em Maricá/RJ.
O evento, liderado pelo presidente da ABM e prefeito da cidade-sede, Washington Quaquá — agora também à frente da entidade internacional —, reuniu representantes de países como Rússia, China, Índia, África do Sul, Irã, Etiópia e Indonésia, além de convidados da América Latina, Turquia e Nepal.
A assembleia aprovou o estatuto da associação e uma carta conjunta a ser entregue aos chefes de Estado, reforçando o papel dos municípios no combate à crise climática e na busca por investimentos em infraestrutura resiliente. “Ter Quaquá na presidência da ACM BRICS+ é uma oportunidade para abrir portas e articular projetos conjuntos em turismo, cultura e meio ambiente,” avalia Rodrigues.
A ABM também firmou termos de cooperação com outras entidades municipalistas internacionais — como Cidades do Volga (Rússia), Peru e Panamá —, pavimentando o caminho para parcerias concretas.
“Essas medidas integradas buscam preparar as cidades para um novo cenário social e ambiental, cada vez mais desafiador. Sob essas diretrizes, a ABM reafirma seu compromisso com o multilateralismo como instrumento para ampliar o financiamento internacional de projetos locais, sempre com o protagonismo da participação cidadã,” resume Marten.