Dia Internacional do Urbanismo: Reflexão e propostas para o futuro das cidades
Celebrado mundialmente no dia 8 de novembro, o Dia Internacional do Urbanismo é uma data importante para promover a conscientização sobre o desenvolvimento urbano e os desafios enfrentados pelas cidades no mundo moderno.
Desde 1949, mais de 30 países marcam o dia como uma oportunidade de refletir sobre o urbanismo, inspirados em debates históricos e na busca por melhorias na qualidade de vida urbana, sempre alinhados aos princípios de sustentabilidade e inclusão social.
Como Melissa Toledo, arquiteta e urbanista, destaca, essa data traz à tona discussões que evoluíram desde o primeiro congresso argentino de urbanismo em 1935, em Buenos Aires, passando pelo debate de grandes nomes da arquitetura moderna como Le Corbusier, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. “Esses profissionais refletiram e projetaram em torno das necessidades urbanas, e podemos citar Brasília como um exemplo icônico desse pensamento urbanístico dos anos 1960. Mas, hoje, quando olhamos para os desafios pós-2020, sabemos que precisamos avançar ainda mais”, afirma Toledo.
A trajetória histórica do urbanismo é marcada por conquistas institucionais, como a criação do Estatuto da Cidade, em 2001, e do Ministério das Cidades, ambos no Brasil, os quais regulamentam áreas essenciais como habitação, mobilidade urbana e saneamento. Segundo Toledo, esses avanços normativos representam uma luta da sociedade civil pela reforma urbana e pela regulamentação das cidades como organismos integrados.
“Nosso papel é usar o urbanismo como uma ferramenta de promoção do direito à cidade e da qualidade de vida”, complementa ela.
Mas, a arquiteta também enfatiza a necessidade de se pensar em soluções urbanas regionais e adaptadas à realidade local, especialmente em áreas como o Amazonas e a cidade de Manaus, onde questões como mobilidade urbana e infraestrutura viária precisam de uma abordagem própria.
“Ainda temos uma grande carência de projetos que priorizem a humanização das cidades. Falta-nos infraestrutura de qualidade, espaços verdes, parques e mobiliário urbano que promovam uma estética e uma funcionalidade adequada às nossas necessidades”, diz Toledo, ressaltando a urgência de se implementar projetos de médio e longo prazo que contemplem essas demandas.
Para ela, o Dia Internacional do Urbanismo é, mais do que uma celebração, uma chamada à ação.
“Precisamos de uma reflexão profunda que sincronize o nosso tecido urbano e promova qualidade de vida real, sempre com um olhar adaptado às nossas necessidades regionais”, conclui. Em 8 de novembro, profissionais, sociedade civil e governos são convidados a fazer dessa data um momento de renovação e compromisso com o futuro das cidades.
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Ascom M T