O que a Procuradoria Especial da Mulher tem procurado fazer é mostrar como funciona ciclo de violência doméstica, quais são os tipos e como denunciar para mudar essa realidade, são objetivos da instituição e isto vem sendo levado às escolas.
Para o aluno Maycon Andrews Mendonça dos Santos, de 15 anos, a palestra foi importante porque a violência deve ser sempre prevenida.
“É como a psicóloga disse: quando a gente ouve falar neste assunto desde a infância, cresce pensando em parar, prevenir essa situação. Eu mesmo já presenciei a violência psicológica, quando o homem chega e tenta diminuir a autoestima da mulher”, contou.
Assim foi o dia na Oswaldo Cruz, palestra com o tema “Violência contra a mulher, violência patrimonial e familiar”, com a equipe multidisciplinar da Procuradoria Especial da Mulher, que esteve nesta terça-feira (6), aos estudantes do 9º ano da Escola Estadual.
De todos os tipos de violência apresentados durante a palestra, a que mais impressionou a estudante Kelly Kamili foi a psicológica.
“Tudo que eles falaram foi muito importante, mas a ela é muito pesada porque abala tudo. O homem fala tanto para a mulher, que ela não consegue sair da situação que está vivendo. É muito complicado”, afirmou.
A gestora da Escola Osvaldo Cruz, Georgete de Oliveira Eduardo, ressaltou que todo tema que trate sobre a violência é de suma importância ser abordado no âmbito educacional.
“É importante para que nossos alunos para que conheçam seus direitos e deveres e as leis que os amparam. Esse tipo de violência familiar não é corriqueira na escola, mas acontece e acaba influenciando de alguma forma dentro do ambiente de aprendizagem do aluno”, justificou.
A diretora da Procuradoria Especial da Mulher, Glauci Gembro, disse que o intuito das palestras é mostrar para os adolescentes quais são os impactos da violência doméstica na vida cotidiana.
“A ideia é conscientizar os alunos para as causas e as consequências. Durante a palestra, informamos quais são os canais da rede de proteção para as mulheres buscarem ajuda. Essa é a nossa missão”, informou, acrescentando que nas escolas se iniciam os relacionamentos.
A equipe multidisciplinar da procuradoria é formada por psicóloga, assistente social e advogada. Há também o psicólogo do Núcleo Reflexivo Reconstruir, que trata o homem agressor.
A psicóloga Mayla Garcia salientou que as palestras são tanto informativas quanto educativas, e que o Chame (Centro Humanitário de Apoio à Mulher) é uma instituição que acolhe, ouve e orienta.
“Tentamos passar para esses adolescentes como prevenir, ajudar, bem como orientar a fazer denúncias. É importante que entendam os sentimentos. O profissional de psicologia pode ajudar a mulher a entender que ela é importante, e pode sair de um relacionamento abusivo e ter uma vida melhor”, explicou.
Capital e interior
Qualquer pessoa pode ter acessos aos serviços ofertados pelo Chame, seja para pedir ajuda, orientação ou até mesmo denunciar a violência doméstica praticada contra terceiros. Pertencente à estrutura da Procuradoria Especial da Mulher do Poder Legislativo, há 13 anos o Chame atua no combate à desigualdade de gênero e à violência doméstica ao oferecer gratuitamente atendimento humanizado nas áreas de psicologia, jurídica e assistência social.
A população pode entrar em contato pelo ZapChame (95) 98402- 0502, que funciona 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados. As mulheres podem receber atendimento presencial em Boa Vista de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, na Avenida Santos Dumont, 1470, bairro Aparecida.
Em Rorainópolis, o núcleo da Procuradoria Especial da Mulher está localizado na Rua Senador Hélio Campos, sem número, BR- 174. O atendimento multidisciplinar funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. No local, também são atendidos os moradores dos municípios do entorno.
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Texto: Marilena Freitas
SupCom ALE-RR