Amazônia sob a ótica da ex-ministra da França não é bem vista por Silvia Waiãpi
Deputada reage a declaração de ex-ministra francesa
A deputada Silvia Waiãpi (PL-AP) afirma que vai se utilizar de todos os expedientes legais para confrontar a ex ministra francesa Christiane Taubira, a quem acusa de grave ameaça à soberania nacional. Ainda nesta semana a parlamentar amapaense vai acionar a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados e o Ministério de Relações Exteriores em busca de medidas que impeçam ou esclareçam o trabalho de Taubira no Brasil.
Ao assumir uma cátedra na Universidade de São Paulo (USP), para liderar uma pesquisa sobre as sociedades amzônicas, em novembro do ano passado Taubira concedeu uma entrevista ao Jornal O Globo. Nessa entrevista ela afirma que “o mundo inteiro” e não apenas o Brasil, “pode decidir sobre o papel da Amazônia”.
Waiãpi imediatamente acionou o Ministério da Educação (MEC) pedindo explicações sobre a pesquisa de Taubira. Na oportunidade o MEC informou que essa pesquisa não está na esfera federal, mas sob a responsabilidade da USP, instituição estadual ligada ao governo de São Paulo.
No dia 21 de maio a deputada amapaense oficiou o governo de São Paulo destacando que “o conteúdo da pesquisa conduzida por Christiane Taubira carrega um viés histórico que remonta as disputas territoriais, como o Contestado Franco-Brasileiro (em que o governo francês reivindicava para a Guiana, uma parte do território do Estado do Amapá e que continuou sendo brasileiro), sugerindo que esse estudo pode servir como base para futuras ações que coloquem em risco a soberania nacional sobre os biomas amazônicos”.
No documento, Silvia Waiãpi alerta o governo paulista de que “trata-se de um estudo que, sob o manto da produção acadêmica, apresenta indícios de possível instrumentalização geopolítica, contrária aos interesses nacionais. Abre margem para influência externa sobre área sob jurisdição da União, além de produzir conteúdo propagandístico disfarçado de pesquisa acadêmica”.
Para a deputada esse tipo de situação exige vigilância total.
“Assistir de forma inerte, uma autoridade estrangeira dizer, dentro de uma universidade pública brasileira que o mundo inteiro pode decidir sobre o papel da Amazônia, é ser conivente com a destruição da soberania nacional".
Waiãpi destaca que “isso não é apenas um ataque à Amazônia, mas à própria integridade do Brasil enquanto nação soberana. Silenciar diante disso é cometer um dos maias graves crimes por omissão, que um representante do povo pode cometer”.
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Foto: Andre Violatti