REVIDE AO MODELO TRUMP
China responde tarifaço americano com… mais taxas
Sim, não ia ser diferente, mas, eis uma guerra silenciosa de agressões verbais, mas, sim, só de ações pelos corredores americanos e chineses. Claro que se Trump atira, o outro lado revide... É um tal de revida dali, revida de lá… Ao longo dos últimos dias, o mundo foi bombardeado por taxas e mais taxas impostas pelos Estados Unidos, China, União Europeia e outros países uns sobre os outros. E é claro que a semana não terminaria diferente… Ontem, a China anunciou que vai subir as tarifas sobre produtos americanos para até 125%, revidando a decisão de Donald Trump que eleva a tarifa sobre importações chinesas para 145%. Muito mais do que um verdadeiro “cabo de guerra” na geopolítica mundial, a disputa joga incerteza sobre quase US$ 600 bilhões em comércio bilateral. A escalada acontece em um momento em que os EUA tentam conter o déficit comercial com os chineses, que, em 2024, ultrapassou os US$ 295 bilhões. Explicando… Desde os anos 2000, os EUA compram muito mais da China do que vendem. Celulares, chips, brinquedos, têxteis… boa parte da prateleira americana tem carimbo chinês e, por mais vantajoso que seja para a população estadunidense, isso cria um rombo na balança comercial dos EUA. ![]() (Imagem: El País) Mas o risco agora vai além das trocas. A escalada tarifária coloca pressão sobre cadeias de suprimentos globais e começa a rachar a confiança no dólar como porto seguro. Na última semana, o Bloomberg Dollar Spot Index — que mede o valor do dólar frente às 10 principais moedas do mundo — caiu mais de 3%, queda rara para uma moeda tida como estável. O termo “desdolarização” já não é só discurso político. Analistas de grandes bancos já estão utilizando essa termologia em seus relatórios, indicando que, pela primeira vez em décadas, o mercado está mesmo olhando para os EUA com menos certeza... e mais cálculo. |
(Imagem: Getty Images) |