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Câmara Legislativa, palco para os professores grevistas e deputados

Professores em greve lotaram as galerias do plenário da CLDF

Por Redação AgNORTE

05/06/2025 - 08:31

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Quando a política partidária mais se aprofunda em questões que não deveria ter esse tipo de olhar porque educação é para que crianças e jovens tenham da Escola Pública o local para o ensino, a responsabilidade ética, orgazacional, numa formação estrutural do conhecimento intelectual, e não para imposições de pensamentos sejam de direita ou pior de esquerda. Porém, o país, e o DF tem vivido momentos em que os educadores deturpam o seu papel de professores, e sindicatos tomam posse de ideários para meramente o confronto político e de desgaste governamental, acabando anulando a síntese do problema.

Quem perde com isso não é só os professores, que perdem eco na sua voz, mas, os alunos, as famílias brasilienses.

Assim, em mais um dia de greve, que é reconhecida, ainda que o Governo Ibaneis tenha ido a Justiça para suspender, perdeu, e os professores seguem parados, e foram aos deputados nesta quarta, 4.

Assim a sessão na Câmara Legislativa foi de repercussão pela greve dos professores da rede pública de ensino do Distrito Federal.

A galeria tomada pelos grevistas, e o que se viu foi o embate dos deputados distritais, uns a favor e outros contra a greve.

Para Wellington Luiz (MDB), a greve é legítima. O presidente da Câmara Legislativa relatou, porém, ter realizado reunião com desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal em busca de uma solução.

“Fizemos uma reunião no TJDFT para buscar uma intermediação do judiciário. O direito do movimento grevista é legítimo e tem que ser respeitado”, afirmou.

A reunião veio após o governador Ibaneis Rocha ter pedido à justiça o corte de ponto dos grevistas e a aplicação de multa diária ao Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF). 
 

Deputado Chico Vigilante (Foto: Carolina Curi/Agência CLDF)


O deputado Chico Vigilante (PT), que também participou da reunião, pediu ao governo que negocie com os trabalhadores.

“Os trabalhadores fazem greve quando falta diálogo, falta proposta, falta alguém para ouvi-los. Espero que o GDF não rejeite a proposta de intermediação feita pelo TJDFT”, disse, o petista.

A deputada Paula Belmonte (Cidadania) também se posicionou a favor dos educadores. “É muito importante dar estrutura salarial e de trabalho aos professores”, afirmou a deputada da tribuna. 
 

Deputado João Cardoso (Foto: Carolina Curi/Agência CLDF)


Professor de carreira, o deputado João Cardoso (Avante) pediu ao governo que abra o diálogo com a categoria e chamou a atenção para os prejuízos que uma greve nas escolas acarreta.

“A greve mexe com todo o Distrito Federal. Quantos alunos estão na vulnerabilidade hoje no DF? Os casos de violência doméstica e abusos aumentam. Mães solo param de trabalhar. Muitos alunos vão para a escola por conta do alimento também. É preciso abrir rapidamente o diálogo. Toda a população do DF está perdendo”, observou. 
 

Divergências

 

Deputado Thiago Manzoni (Foto: Carolina Curi/Agência CLDF)


Por sua vez, o deputado Thiago Manzoni (PL) acusou o movimento de estar sendo contaminado por partidos de esquerda.

“Esse movimento não representa os professores, só representa a política partidária da esquerda. Esses professores que estão aqui trabalham contra a família. Enquanto a família ensina o cristianismo, eles ensinam a cristofobia”, disse.

Diante da reação negativa dos presentes, o deputado voltou ao microfone. “Os professores de maneira geral podem contar sempre com o meu apoio, eu jamais me colocaria contra os professores. Mas não posso concordar com a atitude político-partidária do sindicato”, completou Manzoni.  

A fala do deputado gerou reações dos colegas da oposição. “Há professores de esquerda e professores de direita. A questão não é essa. Ele deveria na verdade olhar para o contracheque dos professores e se posicionar”, criticou Fábio Félix (PSOL).

Dayse Amarilio (PSB) também questionou o discurso de Manzoni. “Quem fala isso de professor não sabe o que um professor faz. É muito difícil ser professor na rede, eles fazem muito com quase nada”, afirmou.

Max Maciel (PSOL) ressaltou que os professores não são remunerados para estar nas escolas aos sábados nem para corrigir provas fora do horário de trabalho. “São esses profissionais que estão lutando por seus direitos e eles merecem o nosso respeito”, disse. 
 

Deputado Gabriel Magno Foto: Carolina Curi/Agência CLDF)

O deputado Gabriel Magno (PT) também criticou a fala do colega e apresentou a defasagem no contracheque dos professores.

“A escola é o local de proteção de crianças e adolescentes. O problema é que hoje o professor tem que ser enfermeiro, psicólogo, assistente social, tudo isso porque o estado está ausente. O Plano Distrital de Educação, que é uma lei, diz que a remuneração inicial dos professores está defasada em R$ 5678,59. Isso significa que teria que ter um reajuste de 95% no piso salarial. Sabe quanto os professores estão pedindo? Estão pedindo 19,8%. Isso não é abusivo nem ilegal”, argumentou. 

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Professores em greve lotaram as galerias do plenário da CLDF

Com Eder Wen - Agência CLDF